A desmaterialização do real empírico e sua transfiguração em estado de alma em Madona dos Páramos
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v2i1.542Palavras-chave:
literatura; real; transfiguração; Madona dos Páramos; Ricardo Guilherme Dicke.Resumo
O presente artigo tem como pretensão fazer uma breve análise da transfiguração do real no romance Madona dos Páramos (1982), do escritor matogrossense Ricardo Guilherme Dicke. Observa-se nessa obra que os elementos da realidade exterior local, que atestam o romance como autêntico regionalista, aos poucos passam por um processo de polimento. Primeiro, são reproduzidos de acordo com a realidade empírica; posteriormente são enfeitados, retocados, ampliados e, por último, atingem a condição de “metáfora”, após passar por um processo de porosidade – são transfigurados. O objetivo do artigo é desvendar, no tecido labiríntico e retorcido da narrativa, qual o sentido dessas transfigurações. Primeiramente se procurará demonstrar que tais representações se relacionam com a interioridade psicológica dos homens configurados no romance. Posteriormente se verificará como o assunto representado no romance foi um recurso projetado pelo escritor para materializar ou para reforçar a condição de queda das personagens colocadas em cena.