Chamada de artigos: ARQUITETURA, MUSEUS E ARQUITETURA DE MUSEUS
Dossiê: ARQUITETURA, MUSEUS E ARQUITETURA DE MUSEUS
Organizadores:
Dra. Angela Luciane Peyerl
Coordenadora do Museu de Artes de Joinville e do Museu Casa Fritz Alt (Joinville – SC)
Prof. Doutorando Rodrigo Fabre Feltrin
Doutorando em Desenvolvimento Socioeconômico pela Unesc. Professor efetivo da Escola Superior de Criciúma (Esucri)
Profa. e doutoranda Tayna Vicente
Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo, na Univille.
Doutoranda em Patrimônio Cultural e Sociedade pela Univille
Data limite para submissão: 30 de julho de 2025
Descrição:
Os museus representam ambientes que promovem a democratização, a inclusão e a diversidade de vozes, contribuindo para um debate crítico acerca de nossos passados e futuros. O museu-instituição tem como seu escopo social contribuir para a dignidade humana ampliando o entendimento de mundo. Trata-se de um museu que busca democratizar o próprio museu propondo uma abrangência maior das tipologias e abrindo espaço à importante discussão do que é a instituição museológica na contemporaneidade. Buscamos discutir o papel social de um museu e entender a importância das comunidades nos processos de musealização, trazendo representatividade.
A “musealização” transcende a mera sequência de procedimentos; ela representa a essência de um museu. Embora nos esforcemos para incorporar elementos filosóficos, históricos e poéticos em nosso trabalho, é nas atividades cotidianas que se revela a verdadeira conexão entre poder e morte. Ao iniciar sobre o poder indissociável de grandeza da nação que os museus detêm, toda a consolidação do século XIX que segundo Vergés (2023, p. 2) “juntou ao seu acervo milhares de objetos de arte e restos mortais que soldados, oficiais, missionários, aventureiros, mercadores e governadores trouxeram com eles no fim das guerras imperialistas e de colonização”, desvela-se então todo o potencial de acumulação e de depósito universal de conhecimento e poder.
Refletir sobre a museologia contemporânea ou a Museologia do tempo presente implica, de maneira inevitável, um confronto com as teorias museológicas tradicionais. Nesse contexto, a impermanência das narrativas, exposições e coleções museológicas torna-se evidente, uma vez que estão continuamente sujeitas a transformações impulsionadas por novas descobertas arqueológicas, avanços nas tecnologias de conservação e inovações expográficas, que ocorrem de forma constante e quase cotidiana.
E é nessa forma latente que abrimos a discussão sobre a inter-relação entre museu, lugar, espaço como parte da urbe, que é o templo do flâneur, o espaço de suas deambulações, é nela que depara com sua constante contradição: a unicidade em meio à multiplicidade, o sintoma da tensão em meio à indiferença, o sentir-se sozinho em meio a seus semelhantes. Dessa paixão do flâneur pela cidade e a multidão decorre a flânerie como ato de apreensão e representação do panorama urbano.
Para Santos (2008), o espaço é um conceito mais amplo do que a simples ideia de “lugar” ou “território”. Ele propõe uma definição de espaço que leva em consideração a sua dimensão material e simbólica, ou seja, o espaço é tanto o lugar físico em que vivemos quanto o conjunto de significados e valores que atribuímos a esse lugar. Ele entende que o espaço não se trata apenas de uma condição, mas sim de um fator determinante da formação e da evolução social.
Com base nessa compreensão, é possível observar o museu como um fenômeno social, um espaço relacional que resulta da ação de diversos sujeitos, tanto dentro quanto fora da instituição, que o constroem e reconstroem a cada dia (Santos, 2007). Esse espaço relacional permeia as cidades, os bairros, as praças, as ruas e o espaço edificado, seja ele institucional ou não, conjunto este que confira a legibilidade da cidade (Lynch, 1996).
Tal relação também é tratada por Fernandes (2012), que aponta:
Os museus conferem à malha urbana uma nova função e um novo significado, contextuando-os no seio da cultura contemporânea e relacionando-se de um modo efetivo e sistemático com as comunidades vizinhas, isto é, participam ativamente na dinâmica dos bairros.
Assim, este dossiê é dedicado a reunir pesquisas e discussões interdisciplinares que dialoguem com a Arquitetura e Urbanismo e com a Museologia enquanto campos de trabalho e reflexão científica. O objetivo é confluir trabalhos que favoreçam a problematização dos temas, transpondo diferentes disciplinas, territórios e perspectivas. É um espaço aberto a todos os profissionais, estudantes e investigadores com interesse em refletir sobre temas relacionados com o mundo dos museus, da arquitetura e suas práticas com foco em sua capacidade de teorização, inovação e originalidade.
Normas para publicação em: http://periodicos.univille.br/index.php/RCC/about/submissions
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