Qual o valor do ser humano? Sobre a idolatria do dinheiro na sociedade
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v7i3.441Palavras-chave:
dignidade humana; patrimônio cultural; sagrado; secularização.Resumo
O uso do dinheiro faz parte das relações humanas como instrumento para garantir direitos para a preservação da vida de cada pessoa. A economia vive das trocas de produção e do dinheiro. Assim, o ser humano tem suas necessidades atendidas pela circulação de dinheiro e pelo compartilhamento da produção de bens. O mercado que se coloca como um deus, para atender as suas próprias necessidades, transforma o ser humano em mercadoria. Esse “capital humano” mercantiliza as relações sociais, criando seres humanos úteis e inúteis para o mercado. O lucro e o dinheiro são transformados em ídolos impiedosos. Martinho Lutero e Karl Marx, como intérprete do Reformador, apontavam para a natureza idólatra do dinheiro. Tudo é transformado em valor econômico, desde o valor que se atribui à pessoa como sujeito, nas relações sociais, no Estado, na política, até o existente nas eleições, nas amizades, nas relações familiares e no sistema de saúde pública. A ganância, enquanto virtude individual em uma economia marcada pelo dinheiro, corrói as relações pessoais e institucionais. A dignidade humana é um valor que não pode ser reduzido ao valor monetário. O dinheiro precisa estar a serviço do ser humano. A pessoa não é mercadoria, mas sua dignidade deve ser fortalecida pelas trocas justas das dinâmicas econômicas.