Mãos e memórias (auto)biográficas de um artesão: a escuta de uma arte-terapeuta
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v7i3.440Palavras-chave:
(auto)biografias; hermenêutica; fenomenologia; arte-terapia.Resumo
Este artigo é parte dos resultados de uma pesquisa de dissertação que objetivou registrar histórias de vida de pacientes com esclerose múltipla, visibilizandoas como patrimônios culturais e analisando a relação entre as narrativas (auto) biográficas e as expressões artísticas. A empiria foi constituída dos discursos (auto) biográficos e mandalas, produzidas em situação de pesquisa, que registraram fragmentos dessas vidas em formas de cores. O artigo recorta a narrativa (auto) biográfica de um homem de 62 anos que vive os sintomas da esclerose múltipla há cerca de 18 anos. Estrangeiro e artesão, emprestou sua história para as reflexões sobre os sentidos de vida expressas em narrativas e no seu artesanato. A perspectiva hermenêutico-fenomenológica das pesquisas (auto)biográficas com base em DeloryMomberger (2016) foi a escolha de escuta dessa narrativa de vida, e a teoria do corpo criante, de Dittrich (2010), disparou reflexões acerca das condições de produção criativa do entrevistado. Desse lugar, algumas reflexões foram tecidas em diálogo com registros sobre a vida do artista Matisse em uma fusão entre o artesanal, a narrativa e as limitações motoras das mãos do artesão. Trata-se de um esforço reflexivo dos sentidos de uma vida com esclerose múltipla.