Novos horizontes – análise do grupo “Caxambu do Horizonte”, na perspectiva da memória e pertencimento do patrimônio imaterial brasileiro

Autores

  • Jacyara Conceição Rosa Mardgan

DOI:

https://doi.org/10.21726/rcc.v5i2.375

Palavras-chave:

Jongo/Caxambu. Patrimônio Cultural Imaterial. Salvaguarda.

Resumo

O presente artigo resulta das reflexões iniciadas em 2015, no processo de construção de minha dissertação de mestrado para o Programa de Pós Graduação em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo, que busca perscrutar a tradição cultural do caxambu como patrimônio imaterial brasileiro, a partir da análise de dois grupos, “Caxambu do Horizonte e “Caxambu de Andorinha”, localizados na região Sul do estado do Espírito Santo. O foco do texto que aqui se expõe, concentra-se no grupo de Caxambu do Horizonte, localizado no município de Alegre, integrado à região do Alto Caparaó. O grupo de tradição familiar liderado pelo mestre caxambuzeiro Antônio Raimundo da Silva, apresenta uma história marcada por contextos diaspóricos regidos pela desterritorialização e reterritorialização geográfica e simbólica, tendo como elemento demarcador a “Fazenda do Horizonte”, antiga residência dos integrantes do grupo e elemento demarcador da origem do caxambu. Utilizando como ponto de partida a “Festa de Santo Antônio”, promovida pelo grupo Caxambu do Horizonte no dia 13 de junho de 2015, e a ligação simbólica com a “Fazenda do Horizonte”, local de significativa rememoração pelos brincantes, o presente texto tem por objetivo analisar o evento festivo, bem como os relatos dos integrantes do grupo, buscando identificar no diálogo entre o fato atual e as memórias vividas, o papel da tradição do caxambu no grupo Caxambu do Horizonte, entendendo-o como elemento de pertencimento simbólico, cultural, aglutinante e definidor de sua etnicidade. O artigo busca ainda refletir sobre os processos vivenciados pelo grupo na busca por recursos que auxiliem na manutenção de sua prática como estratégia de salvaguarda da tradição. No contexto de relevância do tema, os estudos apontam para a (re)afirmação da memória individual e coletiva, e do sentimento de unidade nas comunidades caxambuzeiras que ganham concretude como patrimônio cultural brasileiro, e se fundamentam em abordagens sobre a formação da identidade e pertencimento no âmbito da territorialidade enquanto expressão da materialidade sociocultural dos grupos de caxambu em sua forma de organização social. Neste sentido, o grupo Caxambu do Horizonte se enquadra em um movimento de consciência, valorização e reconstrução da memória coletiva no âmbito das representações socioculturais, tendo a prática do caxambu como elemento simbólico, de luta e resistência das matrizes da cultura afro-brasileira na região sul do Espírito Santo, onde através da dança, da singularidade do batuque e dos pontos entoados na roda, novos olhares surgem a partir do Horizonte.

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Publicado

2016-09-30

Como Citar

Jacyara Conceição Rosa Mardgan. (2016). Novos horizontes – análise do grupo “Caxambu do Horizonte”, na perspectiva da memória e pertencimento do patrimônio imaterial brasileiro. Revista Confluências Culturais , 5(2), 79–94. https://doi.org/10.21726/rcc.v5i2.375

Edição

Seção

III Encontro Internacional Interdisciplinar em Patrimônio Cultural (Enipac)