A construção e a disputa pela hegemonia patrimonial em São Borja (RS): de primeiro dos Sete Povos Missioneiros à terra dos presidentes
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v5i1.338Palavras-chave:
comunidade; memória; patrimônio; São Borja.Resumo
A relação existente entre o patrimônio material e o imaterial no local em que estão inseridos propicia uma vasta gama de estudos de viés histórico-cultural e, em muitos casos, político-identitário. O caso do município de São Borja (RS), em virtude de seus mais de três séculos de história, em cujo local há um patrimônio considerável, possibilita compreender como se dá a interação entre a comunidade e seus respectivos patrimônios e, com base nisso, se há sobrevalorização de um determinado patrimônio sobre outro(s). Focar-se-á a análise em dois aspectos patrimoniais que caracterizam o município: ser o primeiro dos Sete Povos e também a terra dos presidentes, segundo o que consta no epíteto municipal. Observa-se que parte do patrimônio local se reflete no processo de identificação e pertencimento comunitário, por meio de uma construção conjunta em que a comunidade está intrinsicamente relacionada aos seus patrimônios. Em São Borja, atualmente, verifica-se também uma predominância patrimonial de “terra dos presidentes” sobre o missioneiro, por conta do que se constatou pela sua contemporaneidade e valorização político-identitária.