Tensões entre memórias, ativismo e ética: as narrativas cigano/romani no Museu Cigano Itinerante (Brasil) e no Roma Ethnographic Museum in Tarnów (Polônia)
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v6i1.318Palavras-chave:
cigano/roma; museus; ativismo; ética.Resumo
Este artigo trata de possíveis tensões quando usos da memória, ativismo político e comportamento ético convivem em um ambiente museológico. Para tanto, serve-se do exemplo de dois museus – o Museu Cigano Itinerante (Brasil) e o Roma Ethnographic Museum in Tarnów (Polônia) –, analisando a exposição das instituições e a fala de seus organizadores. Ambos os museus estão engendrados nos movimentos sociais cigano/romani que, por sua vez, trabalham desde os anos 1970 na relocação desse povo na sociedade. Esse novo espaço social seria o de uma nação ou grupo étnico coeso, reconhecido por outras nações, com um primeiro passo para a conquista de uma melhor qualidade de vida. Discute-se aqui que os museus constroem narrativas que exoticizam2 e essencializam populações ciganas heterogêneas, em retóricas que encontram incompatibilidades com o meio acadêmico. O que pode ser entendido como ausência de verdade e ética por parte dos museus, no entanto, pode ser relativizado levando em consideração os diferentes objetivos e abordagens de grupos distintos que discutem problemáticas semelhantes.