História, memória e patrimônio italianos: Hospital Matarazzo de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v13i2.2446Palavras-chave:
Hospital Matarazzo/SP, memória,, patrimônio,, imigração italiana, associativismo, beneficênciaResumo
O Hospital Matarazzo (SP), importante remanescente da presença italiana em São Paulo, teve seus edifícios tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) em 1986, num momento em que enfrentava grave crise que levou ao encerramento
de suas atividades (1993). O conjunto construtivo foi vendido (1996) e ficou abandonado por décadas, até ser comprado pelo grupo Allard (2011), que, após articulações, conseguiu a revisão do tombamento e construiu um complexo de alto luxo denominado Cidade Matarazzo, composto de hotel, escritórios, shopping center, centro cultural e gastronômico. Essas reflexões geram questionamentos sobre por que nesse momento celebrativo dos 150 anos da imigração italiana, numa cidade como São Paulo, na qual a comunidade italiana foi/é tão expressiva, ocorre tal descaso, descuido e destruição para com o patrimônio histórico, que sucumbe ante os interesses do capital imobiliário. Assim, estes escritos buscam discutir a presença italiana na cidade, as suas práticas associativistas, a constituição das associações beneficentes da comunidade italiana em São Paulo, a criação do Hospital Matarazzo, sua crise e fechamento e a destruição do patrimônio.