Trabalho fabril, movimento operário e patrimônio industrial em Florianópolis: roteiros e percursos
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v13i1.2418Palavras-chave:
fábricas, memória operária, patrimônio industrial, caminhadas, Florianópolis (SC)Resumo
Este artigo toma como referência fundamental ações de extensão universitária que envolveram, entre 2009 e 2023, a elaboração e o aperfeiçoamento de roteiros de caminhadas pelo centro de Florianópolis, alguns deles voltados especificamente para as relações entre trabalho fabril, movimento operário e patrimônio industrial. Considerados os pontos de percurso propostos nos roteiros (cuja elaboração envolveu a consulta a estudos sobre a cidade e sobre os processos históricos em questão), são discutidas diferentes formas de percebê-los e de se relacionar com eles, por meio de: estudos acadêmicos estrito senso; políticas públicas de preservação ou de ações que envolvem o reúso ao menos de parte dos elementos materiais associados a esses temas; ações de extensão ou, mais especificamente, de história pública.
Salientam-se, ainda, os fluxos e refluxos de valorização de bens móveis e imóveis que, na área central da cidade, podem ser assimilados ao patrimônio industrial em Florianópolis, implicando, entre outros processos sociais, ocupação/esvaziamento de lugares e esquecimento/ativação de memórias. Entende-se que o caminhar atento e reiterado pela cidade, de forma a integrar conhecimentos históricos, vivências dos caminhantes e o compartilhamento de percepções do espaço citadino, é uma ferramenta poderosa para reconectar as pessoas à cidade (entendida como locus de exercício de cidadania) e, no caso das caminhadas discutidas no artigo, para dar visibilidade às questões que envolvem o patrimônio industrial.