A milonga como rastro da participação do negro na cultura pampiana
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v12i2.2163Palavras-chave:
milonga; negros; paisagem pampiana; trabalho de memóriaResumo
Um trabalho de memória possibilita que se tenha uma compreensão a respeito da trajetória de um grupo social, por meio da noção de que lembrar e esquecer são etapas de um mesmo processo; com isso, busca-se nos vestígios documentais algo capaz de fazer ressurgir algum acontecimento ou fenômeno ocorrido ao longo do tempo no âmbito de uma comunidade, de um lugar, com um determinado povo. Este artigo aborda, com base no gênero musical milonga desenvolvido na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai, a inserção e a presença dos negros no Pampa, no contexto de uma tradição idealizada apenas no ser humano de cor branca, centrada na figura do gaucho/gaúcho ligado ao campo, proprietário rural, de ascendência espanhola ou portuguesa, ideário depois acrescido de alemães, italianos, entre outros, invisibilizando a presença dos povos originários e dos africanos escravizados e seus descendentes.