Honra, o guerreiro sempre ferido
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v12i2.2085Palavras-chave:
literatura portuguesa, valter hugo mãe, as doenças do Brasil, identidade, malResumo
Este ensaio trata da obra As doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe (2021). Nela, Mãe retrata o sofrimento de um curumim, criança indígena, da comunidade abaeté (povo criado pelo autor), fruto da violência sexual de um homem branco a uma mulher indígena, na chegada dos colonizadores ao Brasil. Nasce então Honra, que, pelo modo como nasceu, se acredita como o mal personificado e, segundo ele, o mal deve ser extirpado. Honra torna-se um guerreiro, no entanto um “guerreiro sempre ferido”. Ele encontra-se com outro – Meio da Noite, um menino negro que fugiu da escravidão –, o qual acredita ser seu igual por ter sido também violentado, pois foi escravizado pelo branco colonizador. Cada um com suas peculiaridades, eles se ajudam entre si, numa tentativa de salvar seu povo. Valter Hugo Mãe, numa narrativa sensível, conta uma história que pesa por sobre o Brasil, o seu processo de colonização. O ensaio objetiva discutir, por meio da análise das personagens, as condições de existência do protagonista ficcional Honra, o guerreiro sempre ferido, o qual acredita que na vingança conseguirá encontrar sua identidade e alcançar a plenitude como um abaeté, um povo da e para a natureza.