Quem escreve arquiva a própria vida na memória social

Autores

  • Marcos Laffin

DOI:

https://doi.org/10.21726/rcc.v8i2.185

Palavras-chave:

memória; esquecimento; escrita; literatura; linguagem.

Resumo

Este ensaio literário coloca em movimento um entendimento de memória e escrita como instrumental de desenvolvimento humano. Apresenta excertos da poesia de duas escritoras como representação de memórias da cidade de Joinville. Ao sugerir o não esquecimento como polaridade da memória, reivindica um cotidiano menos apressado e menos imediato. Utiliza-se o ensaio literário por sua condição de provisoriedade, pela transição mutante da polissemia das palavras. Nessa forma, articula linguagem poética e racionalidade, em que procura evidenciar o rigor sem desejar a exatidão, contudo carrega e deixa as marcas subjetivas de quem afirma a autoria. O ensaio eleva-se na e para a estética e a polidez ao articular o contínuo e o descontínuo da unidade e ruptura, pois em sua finalidade irrompem certas afirmações escolhidas na busca de sua contrapalavra. Na primeira parte, “Do átomo à escrita: em síntese!”, fala-se da rudimentar memória como própria do humano, e, sendo biológica, é apenas incipiente no porvir do desenvolvimento que reclama o contexto sócio-histórico para a não alienação. Na sequência, convoca “a cidade e suas palavras”, para evidenciar a escrita no contexto que reivindica a memória e o não esquecimento. A complexidade e o apressado cotidiano tendem ao imediatismo, à vida sem história e ao esquecimento. Por último, no léxico dos saberes humanos, “quem escreve arquiva a própria vida na memória social” sugere um arregimentar de inventários de interlocuções para combater o esquecimento.

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Publicado

2019-09-30

Como Citar

Marcos Laffin. (2019). Quem escreve arquiva a própria vida na memória social. Revista Confluências Culturais , 8(2), 87–99. https://doi.org/10.21726/rcc.v8i2.185