Narrativas de vidas com esclerose múltipla: arranjos de identidades
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v8i1.172Palavras-chave:
narrativas; (auto)biografias; identidades; esclerose múltipla.Resumo
Este artigo tem como objetivo mostrar por meio de leituras de narrativas (auto)biográficas, em três blogs de pacientes com esclerose múltipla e uma entrevista, como os enunciados narrativos revelam a nova identidade que se constituiu a partir do diagnóstico da doença. Com base nos conceitos de identidade de Stuart Hall (2006) e de subjetividades e singularidades de Guattari e Rolnik (1996), percebemos o movimento de subjetivação e adaptação às normas objetivadas pelas prescrições médicas da doença e, ao mesmo tempo, às negações dos sentidos com que socialmente se entende a vida de um doente com esclerose múltipla fixados nas práticas cotidianas. Em meio a esses arranjos de identidade, as narrativas revelam também iniciativas singulares de mudanças de sentido da própria doença e do estar doente. Dessa forma, este artigo torna-se um elogio à plasticidade das identidades que se fazem e se reinventam no e pelo discurso.