Os vales do museu contam a história: a emissão de dinheiro de emergência na Colônia Dona Francisca do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.21726/rcc.v9i1.114Palavras-chave:
museu; acervo; numismática.Resumo
O Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville (MNIC), criado no ano de 1957, está localizado no centro da cidade em um edifício construído em 1870 e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939. É um dos museus mais visitados de Santa Catarina e conta com um acervo de mais de sete mil peças, entre elas um conjunto de vales produzidos na própria cidade no fim do século XIX. Essa coleção é desconhecida pelo público e ainda não foi pesquisada. Assim, o objetivo deste trabalho é entender a função social do acervo de numismática do MNIC, por meio de sua relação com a história de criação do museu. A metodologia de trabalho, que está em desenvolvimento, consiste na revisão de literatura acerca da história do MNIC, bem como na investigação dos processos de musealização exercidos para a formação da coleção de vales. Trabalho interdisciplinar, essa discussão enquadra-se numa problemática maior que insere a importância do estudo dos acervos dos museus que compõem o patrimônio cultural brasileiro. A análise inicial aponta para uma ligação estreita da coleção de numismática com o propósito inicial do MNIC, que foi de preservar a memória do período colonizador de Joinville e das pessoas diretamente envolvidas em tal fase. Essa constatação está fundamentada em algumas características do acervo de vales, principalmente as assinaturas de personagens conhecidas e destacadas pela história oficial da cidade. Dessa forma, o museu e seu acervo de numismática refletem uma memória pautada pela história das personalidades importantes de Joinville, cuja função simbólica busca desenvolver uma representação sobre a história do município e uma visão própria da identidade joinvilense.