Microbiologia e descontaminação de escovas dentais de pacientes oncopediátricos
DOI:
https://doi.org/10.21726/rsbo.v21i2.2519Palavras-chave:
microbiologia; descontaminação; oncologia.Resumo
O paciente oncológico pode apresentar comprometimento da imunidade em virtude da doença e/ou dos efeitos colaterais do tratamento, sendo a cavidade bucal uma potencial porta de entrada de microrganismos, os quais poderiam estar alojados nas escovas dentais. Objetivo: Realizar um estudo microbiológico das escovas de dente de crianças internadas para tratamento oncológico e comparar duas formas de descontaminação. Material e métodos: Foram avaliadas 20 escovas após dez dias de uso. Realizou-se a incubação da escova dental em caldo brain heart infusion (BHI), em estufa a 37ºC durante 24 horas, e depois a inoculação em placas de ágar sangue, MacConkey e Sabouraud. Após identificação da microbiota utilizaram-se gluconato de clorexidina 0,12% e hipoclorito de sódio 2,5% para descontaminação. Resultados: No momento da coleta 95% das escovas estavam úmidas, 55% apresentavam restos de dentifrício e 45% com restos de alimentos. Houve crescimento bacteriano acima de 300 unidades formadoras de colônia (UFC). Em três escovas foram encontradas bactérias hospitalares: P. aeruginosa e S. aureus. A maior parte das escovas foi descontaminada com hipoclorito de sódio 2,5% e clorexidina 0,12%, entretanto a escova que apresentou crescimento concomitante de P. aeruginosa e S. aureus não foi descontaminada pelas substâncias químicas usadas. Conclusão: Houve contaminação por S. aureus e P. aeruginosa, e somente P. aeruginosa foi eliminada com os dois agentes testados. Sugerem-se mais estudos sobre a microbiologia e descontaminação das escovas dentais utilizadas em ambiente hospitalar.