Atendimento odontológico às pessoas com deficiência no SUS: avaliação da Região Sul do Brasil entre 2010 e 2022
DOI:
https://doi.org/10.21726/rsbo.v21i1.2315Palavras-chave:
assistência odontológica para pessoas com deficiências; pessoas com deficiência; odontologia comunitária; equipe hospitalar de odontologia; Sistema Único de Saúde.Resumo
O cuidado odontológico à pessoa com deficiência evoluiu muito nos últimos anos no Brasil, mas ainda está longe de um patamar ideal. Barreiras como manejo, acessibilidade, comorbidades, comportamentais, de comunicação, de educação e financeiras precisam ser superadas. Objetivo: Analisar a quantidade de atendimentos odontológicos hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes com necessidades especiais realizados nas macrorregiões de Santa Catarina e demais estados da Região Sul, considerando os períodos pré e pós-pandemia de covid-19. Material e métodos: Trata-se de estudo quantitativo, exploratório, descritivo e retrospectivo realizado em fevereiro de 2023, por meio da base de dados TABNET do DATASUS, com informações referentes à assistência à saúde: total de procedimentos, local de internação e ano do atendimento, Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e Dados Consolidados das Autorizações de Internações Hospitalares (AIH), período 2019 a 2022. Resultados: Os resultados mostraram que em Santa Catarina, no período correspondente à pandemia de covid-19 (2020/21), ocorreu redução de aproximadamente 50% no índice de internações para realização de tratamento odontológico hospitalar. Na macrorregião Grande Oeste houve a maior redução entre todas as macrorregiões catarinenses. A macrorregião com menor impacto na redução do número de atendimentos foi a Foz do Rio Itajaí. Paraná (PR) e Rio Grande do Sul (RS) também apresentaram comportamento semelhante. Após o período de pandemia, observou[1]se retomada dos atendimentos nos três estados da Região Sul, com destaque para Santa Catarina, que alcançou e ultrapassou os níveis pré-pandemia, duplicando o número de atendimentos. Conclusão: A pandemia de covid-19 impactou negativamente no atendimento odontológico no âmbito hospitalar, com grande redução nos anos de 2020 e 2021. Em 2022 houve retomada dos atendimentos. Permanecem desigualdades regionais na realização do procedimento. Observou-se incentivo do estado de Santa Catarina por meio de políticas públicas e campanha de cirurgias eletivas, com vistas a ampliar a oferta de atendimento para tal público.