Prevalência das complicações orais agudas em pacientes internos sob tratamento antineoplásico
DOI:
https://doi.org/10.21726/rsbo.v19i1.1757Palavras-chave:
protocolos antineoplásicos; toxicidade aguda; institutos de câncer.Resumo
Dentre as abordagens terapêuticas antineoplásicas disponíveis, encontram-se aquelas que agem por meio da radiação ionizante e das drogas quimioterápicas, as quais se encontram frequentemente associadas à ocorrência de complicações orais, agudas ou crônicas. Objetivo: Determinar a prevalência das principais complicações orais agudas relacionadas ao tratamento antineoplásico em pacientes internos, enfatizando dados epidemiológicos, sinais e queixas principais odontológicas, além das condutas terapêuticas para essas complicações. Material e métodos: O estudo apresenta caráter epidemiológico, transversal, descritivo-analítico com abordagem quantitativa, realizado entre os meses de agosto de 2017 a março de 2018. Foram examinados 227 pacientes adultos internos em um hospital oncológico do estado da Paraíba, dos quais 61 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Os dados colhidos foram registrados em uma ficha previamente elaborada e posteriormente analisados com o auxílio do Statistical Program Software - SPSS® 22.0 (SPSS Inc., Chicago, USA). Resultados: A amostra total contou com 166 pacientes, com predominância do sexo masculino (64,5%) e com faixa etária entre 31 e 60 anos (51,2%). As leucemias agudas (34,9%), seguidas dos linfomas (16,9%) foram os tipos de neoplasias mais frequentes. Com relação ao tratamento antineoplásico, a quimioterapia foi o mais prescrito (87,3%). A mucosite oral foi a complicação mais prevalente (18,7%), seguida da xerostomia (15,7%). Com relação às queixas odontológicas, a ardência bucal foi a mais relatada pelos pacientes (25%). Tais sintomas mostraram-se mais prevalentes nos pacientes submetidos a quimioterapia (79,8%; p=0,005), bem como as complicações orais agudas (86,1%; p=0,003). Conclusão: A mucosite foi a complicação mais prevalente em ambos os sexos e em todas as faixas etárias, seguida da xerostomia. Ante o exposto, percebe-se uma correlação significativa entre os tratamentos antineoplásicos, as características clínicas e a presença das complicações orais agudas.