Avaliação do potencial bioindicador de Alchornea glandulosa no monitoramento da poluição atmosférica
DOI:
https://doi.org/10.21726/abc.v6i1.212Palavras-chave:
biomonitoramento; conservação ambiental; poluição atmosférica; qualidade ambiental; qualidade do ar.Resumo
Poluentes atmosféricos são precursores de alterações estruturais nos vegetais, reduzindo sua capacidade fotossintética. Por meio do método de biomonitoramento passivo, o presente estudo avaliou o efeito de material particulado depositado sobre as folhas de populações de Alchornea glandulosa (Euphorbiaceae) localizadas em quatro pontos amostrais no município de Joinville (SC, Brasil). Em cada ponto, selecionaram-se cinco indivíduos amostrais, dos quais foram coletadas folhas completamente expandidas para a mensuração de atributos funcionais morfoanatômicos e do material particulado. As médias dos atributos foram comparadas por Anova. Observou-se maior quantidade de material particulado depositado sobre as folhas nos indivíduos do ponto situado nas imediações de indústrias emissoras de poluentes atmosféricos. Todos os atributos biológicos diferiram estatisticamente entre os pontos, com evidente redução da área foliar, conteúdo de água e tecidos fotossintetizantes nas folhas dos indivíduos presentes no ponto com maior concentração de material particulado. A área específica foliar mostrou que os indivíduos do ponto controle investem mais em produção fotossintética, enquanto os indivíduos do ponto mais poluído investem na manutenção da folha. Os resultados obtidos evidenciaram que a poluição atmosférica exerce influência no desenvolvimento foliar de A. glandulosa, causando-lhe injúrias e destacando-a como espécie sensível à poluição e, portanto, boa bioindicadora em sistemas de biomonitoramento da qualidade ambiental.