Caracterização palinológica de amostras superficiais da floresta estacional semidecidual (SC, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.21726/abc.v10i4.2040Resumo
O espectro palinológico de amostras atuais pode refinar interpretações de materiais fósseis, pois fornece um panorama robusto da composição da vegetação atual. O objetivo deste trabalho foi analisar amostras superficiais da floresta estacional semidecidual (FES) no estado de Santa Catarina. Para isso, três amostras foram coletadas, processadas e analisadas de acordo com tratamento tradicional para análise palinológica. Os táxons identificados no registro palinológico foram cruzados com a lista de espécies do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) para a FES e calculou-se sua porcentagem de representação, comparando com a chuva polínica. Também se avaliou a síndrome de polinização do material preservado no sedimento, visto que a via de polinização pode impactar na sub-representação ou super-representação de grupos. Os resultados indicam predominância de palinomorfos de vegetação campestre, embora a amostragem estivesse localizada em área de floresta. Em relação à síndrome de polinização, predomina no espectro polínico o pólen anemófilo, majoritariamente por Poaceae. Ao comparar a porcentagem somente do registro palinológico com a dos táxons presentes no IFFSC e na chuva polínica, observa-se um padrão de representatividade, portanto, os dados do IFFSC colaboram para compreender o registro palinológico atual. Tais resultados auxiliarão na interpretação paleoecológica de estudos em desenvolvimento no oeste catarinense.